terça-feira, 24 de janeiro de 2012


Técnico do CGU vai controlar cofre do Dnocs

Agência Estado


A presidente Dilma Rousseff quer resolver a crise do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) promovendo uma intervenção que segue o mesmo receituário aplicado em casos anteriores de irregularidades apontadas pela Controladoria-Geral da União (CGU).


Assim como fizera no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a chave do cofre do Dnocs está sendo entregue a um técnico treinado em controle externo, desta vez um funcionário da própria CGU.

Este é o produto concreto da troca de comando na diretoria Administrativa e Financeira do Departamento, em que o economista Albert Gradvohl perdeu a cadeira para o também economista Vitor Souza Leão, profissional de carreira da CGU. A exoneração foi publicada ontem no Diário Oficial da União.

A intervenção foi negociada com o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), na tentativa de poupar o apadrinhado do peemedebista, Elias Fernandes, na diretoria-geral do Dnocs.

Quando sugeriu as demissões no Dnocs, ainda em dezembro, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), incluiu o diretor do Dnocs na lista dos demitidos e o Palácio do Planalto não desistiu de tirá-lo.

A diferença agora é que, em tempos de denúncias de irregularidades contra o próprio ministro, comprar uma briga política com o líder do PMDB é uma operação de altíssimo risco para Bezerra.

Foi precisamente a preocupação em compor com o PMDB que levou o ministro Bezerra a recorrer à intermediação do vice-presidente da República, Michel Temer, na semana passada.

Intervenção

A pedido do ministro, Temer marcou um encontro com Henrique Alves em seu gabinete, na quinta-feira. Foi quando Bezerra e Alves acertaram que apenas o diretor administrativo financeiro seria demitido, poupando o diretor-geral, com uma condição.

O próprio Elias Fernandes deveria pedir ao ministro que enviasse as denúncias e as explicações dadas pelo Dnocs para exame do Tribunal de Contas da União (TCU).

O destino de Elias Fernandes será definido pelo TCU. Caso o tribunal aponte irregularidades nas prestações de contas do diretor-geral, ficou acordado que ele mesmo deverá tomar a iniciativa de desocupar a cadeira e facilitar a vida do Palácio do Planalto, sem crises com o PMDB.

Ceará

Mas a história não terminou aí. Também complicam a vida de Fernandes os protestos do PMDB cearense, que não se conforma com a degola do diretor Gradvohl, como se ele fosse o único responsável pelas irregularidades apontadas no órgão.

Empenhado na defesa pública de Gradvohl, o deputado Danilo Fortes (PMDB-CE) diz que a bancada do Ceará vai reagir.

"Vamos procurar a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e o ministro Fernando Bezerra para saber o porquê dessa violência contra esse rapaz", antecipa. Segundo o peemedebista cearense, Albert Gradvohl é "um quadro técnico, não está no Dnocs para fazer lambança nem para ser responsabilizado por irregularidades encontradas em outra diretoria". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012


Dilma demite diretor do Dnocs ligado ao ministro Fernando Bezerra


DE SÃO PAULO


O diretor administrativo do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), Albert Gradvhol, foi exonerado do cargo após denúncias de irregularidades na estatal, segundo decreto publicado nesta segunda-feira (23) pelo "Diário Oficial da União".
A CGU (Controladoria-Geral da União) apontou irregularidades do Dnocs no Ceará, como desvio de recursos, dispensa de licitação e superfaturamento em obras e serviços na irrigação do Tabuleiro de Russas, a 160 quilômetros de Fortaleza.
O Dnocs é subordinado ao Ministério da Integração, cujo ministro Fernando Bezerra está sob o foco de denúncias de uso político de recursos da pasta.
Segundo nota divulgada pela assessoria da pasta, o economista Vitor de Souza Leão, profissional de carreira da CGU, vai assumir a área.
A reestruturação da entidade se iniciou em dezembro, com o engenheiro Fernando Ciarlini assumindo a diretora de infraestrutura do Dnocs.
Com informações do Valor

domingo, 1 de janeiro de 2012


Vídeo-entrevista: Leandro fortes fala sobre a privataria

Vídeo-entrevista: Leandro fortes fala sobre a privataria (Rádio Legalidade)

Nosso entrevistado é Leandro Fortes, autor da reportagem de capa da revista Carta Capital desta semana sob o título “A mídia esconde o Brasil”, enfocando o fenômeno editorial do livro “A privataria tucana”, de Amaury Ribeiro Jr, que virou best-seller, apesar de cerrado boicote dos grandes meios de comunicação. Nesta entrevista a FC Leite Filho, do cafenapolitica.com.br e TV Cidade Livre de Brasília, o repórter constata que a internet desbancou o poder que antes tinha a mídia de impor unilateralmente suas verdades: “Hoje, a informação, se não é verdadeira”, diz Leandro, “é imediatamente desmentida no Twitter, no Facebook ou nos blogs independentes”.

Ele cita a propósito o livro “A privataria tucana”, contando a história real daquilo que pode ser considerado o escândalo do século, que foram as negociatas envolvendo as “vendas” de nossas estatais, no governo Fernando Henrique Cardoso. Também autor de quatro livros, inclusive um sobre o chamado dossiê Cayman, relativo processo de lavagem de dinheiro dessas mesmas privatizações nos paraísos fiscais, o jornalista cita o exemplo da privatização da Telebrás: “Ora, antes de ela ser vendida, o BNDES lhe deu um empréstimo de dois bilhões de dólares e logo depois a empresa (todo o nossos sistema de comunicações, um dos maiores e mais modernos do mundo e financiado diretamente pelos brasileiros) foi vendida por dois bilhões de dólares”.
2a. parte

Professor de jornalismo e um dos repórteres mais íntegros da república, Amaury ainda fala nessa entrevista do novo horizonte que nos abre a internet: “A gente tem que mudar a nossa cabeça, porque há um admirável mundo novo na relação da comunicação no Brasil. Eesse mundo foi ditado pela internet. Eu, por exemplo, que sou jornalista, recebo muitas pautas de meus leitores, meus seguidores no Twitter e no Facebook. Eu discuto com eles essas pautas. Eu checo com eles. Eu parto da informação que circula na internet para fazer minhas matérias. Agora, uma coisa é a informação na internet. Outra coisa é o trabalho do jornalista. O trabalho do jornalista não pode ser feito por qualquer um. Nosso trabalho é processar a informação e transformá-la de modo que ela possa ser compreensível por qualquer pessoa, e checá-la, acima de tudo”.